Recuperando uma tradição que vinha de textos da Antiguidade Clássica e da Idade Média, o século XVIII foi particularmente pródigo na produção de relatos sobre seres monstruosos ou espantosas feras.
Algumas das representações desses seres monstruosos da Antiguidade Clássica apareciam ainda ilustradas em 1493 no famoso Liber Chronicarum, de Hartmann Schedel (1440-1514), sendo claramente inspiradoras, por sincretismo, de figuras do folclore brasileiro actual, como o Curupira ou o Saci-Pererê.
Em Portugal, as narrativas oitocentistas de literatura de cordel (assim designada devido ao seu método de exposição para venda, com os opúsculos pendurados num cordel) não se limitaram a relatar episódios ocorridos em terras longínquas, exóticas ou quase desconhecidas, como era habitual nos textos clássicos. Publicaram-se, assim, textos sobre monstros e feras alegadamente encontradas em algumas regiões do país, como Montalegre e Chaves.
Destes textos, o relato sobre a fera de Chaves será eventualmente o mais interessante, dado que foi objecto de dois opúsculos. O primeiro, publicado em Agosto de 1760, refere o possível envolvimento directo de autoridades militares, nominalmente identificadas, na caçada à fera, aspecto que concede assim certa credibilidade à narrativa.
Estas duas descrições apresentam ainda uma suposta representação xilográfica da fera em cada opúsculo, facto que nos leva a sermos confrontados com duas imagens bem distintas. O exemplar em nossa posse (um in octavo cujas páginas medem cerca de 19x13.5 cm e que se apresentará integralmente em fac-simile) não possui contudo a página inicial onde surge essa imagem, a qual será reproduzida posteriormente com comentários suplementares e algumas indicações bibliográficas.
© Capas & Companhia
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